Ambientalista morto foi à Alba para denunciar empresas



O ambientalista Ivo Barreto do Couto Filho, 48 anos, foi assassinado com quatro tiros na cabeça, na tarde desta quarta (19), no estacionamento de que era proprietário, no bairro de Nazaré. Ivo Bacana, como era conhecido, estava dentro do escritório do estacionamento Market, na Rua Bela Vista do Cabral, quando foi abordado. Segundo a esposa da vítima, Isabel Couto, que estava com ele no momento do crime, o bandido chegou ao local por volta das 14h30 e anunciou um assalto. “Estava eu, meu marido e outras três pessoas. Ele pediu o celular e, quando começamos a entregar os aparelhos, ele virou para o meu marido e atirou”, contou. Uma das pessoas que estavam com o casal era um funcionário do estacionamento. “O bandido pediu os celulares, mas quando ele viu Ivo disse: ‘É você mesmo que eu quero!’ e então atirou”, contou, sob anonimato. Depois de cometer o crime, o homem fugiu a pé, levando apenas o celular de uma das vítimas. Baleado, Ivo foi socorrido para o Hospital Santa Izabel, mas chegou sem vida. “Quando chegamos no local, o bandido havia escapado em direção à Sete Portas”, disso o comandante da 2ª Companhia de Polícia (Barbalho), major Washington Silva. “Ele estava tão feliz com o trabalho dele e de repente acontece isso”, comentou a mãe de Ivo, a aposentada Beloina dos Santos Couto, 73 anos. Além de dono do estacionamento, Ivo era bastante atuante na luta pela defesa do meio ambiente. Nesta quarta, horas antes do crime, participou de uma reunião da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa da Bahia, no CAB, onde fez diversas acusações contra empresas responsáveis, segundo ele, pela poluição do meio ambiente. Ele saiu do encontro feliz. Ouviu dos membros do colegiado o compromisso de que poderia realizar, em abril, uma audiência pública para discutir a suposta poluição ambiental gerada por dejetos que estariam sendo despejados no mar pela indústria química Cristal (antiga Millenium), localizada na Estrada do Coco. “Definimos que o próximo passo seria realizar uma audiência pública, lá mesmo na comissão, convidando representantes da Millenium, da Secretaria de Meio Ambiente, do Inema e do Ministério Público”, revelou o deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente. Leia mais no Correio.

Sexta, 21 de Março de 2014