Bahia quer expulsar MGF do quadro de associados

A divulgação do pagamento do Bahia para radialistas, familiares e outras pessoas ligadas a Marcelo Guimarães Filho - e que não têm vínculo profissional com o Tricolor - vai dar maior embasamento para um processo que já corre no Conselho Deliberativo do clube e tenta expulsar o ex-presidente do quadro de sócios. A iniciativa não é nova, e surgiu ainda na primeira reunião do colegiado neste ano. O grupo determinou que dois conselheiros - Mário Silva Júnior, presidente da câmara social, e Leonardo Vieira, presidente da câmara jurídica - ficassem responsáveis de colher documentos que pudessem embasar a saída do ex-gestor. Qualquer suposta infração teria que ser julgada segundo o antigo estatuto do clube, aprovado em 2008, e  vigente durante a gestão MGF. Entre os artigos aos quais o presidente pode ser enquadrado estão o  54, que prevê infração grave o sócio que ofender ou tentar ofender outro sócio do clube, e o artigo 33, que coíbe a administração do Bahia seguindo bens e interesses próprios. Considerando o último, a divulgação da lista de pagamentos do clube pode ser fundamental. "Esses documentos não foram considerados ainda, mas com certeza serão avaliados antes de notificar os ex-gestores", afirma o presidente da câmara jurídica, Leonardo Vieira.Os conselheiros lembram que o processo pode ser lento para garantir a possibilidade de defesa a MGF. A previsão é que o ex-presidente seja notificado da sindicância somente no começo do mês que vem.
A partir daí, o ex-gestor terá um prazo para apresentar defesa e testemunhas, caso ache necessário. Só depois disso Marcelinho será levado a julgamento pelos 100 conselheiros do clube. Se acusado, ele ainda terá direito a recurso e novo julgamento, dessa vez diante da assembleia geral de sócios. As punições podem ser desde a censura à suspensão e expulsão definitiva do quadro.
"Não podemos nem fazer julgamento. Quem vai decidir pela expulsão ou não é o pleno do conselho. Nosso papel é gerar a sindicância", ressalta o presidente da câmara social, Mário Silva Júnior. A ideia é que Marcelinho tenha todas as chances de provar inocência. "Se ele diz que esses gastos com viagens foram reembolsados para o clube, ele terá a chance de mostrar", lembra Leonardo Vieira. O conselheiro acredita que as provas contra MGF são contundentes. "Eu diria que os indícios são fortes. O fato de ele pagar viagens dos irmãos, da companheira com o dinheiro do clube... Tudo isso será avaliado", diz.
Presidente do clube, Fernando Schmidt afirma que a diretoria acompanha o processo de perto, mas acredita que o melhor seria esperar. "Estamos na iminência de o Ministério Público dar um pronunciamento a respeito dessa conduta dele. Isso pode robustecer o movimento", acredita. Ele ressalta que o processo será justo. "Não pode ser uma medida arbitrária. Temos que acusar, mas também ouvir o lado contraditório", afirma Schmidt. (ATrade)

Quinta, 13 de Março de 2014