Interesses próprios dos gananciosos brasileiros

Ouvia uma das emissoras de rádio que ainda consigo e um representante da elite econômica brasileira falava sobre energia elétrica. Tratava do valor, da distribuição e disse que seria muito melhor para os brasileiros se a lei e permitisse que o cidadão tivesse a opção de escolher qual fornecedora gostaria de contratar o serviço. Deu o exemplo de Portugal – país com 96 mil km², ou seja, 92 vezes menor que o Brasil e 20 vezes menos população, 6 vezes menor que a Bahia e população inferior em 4 milhões de habitantes – como parâmetro de que a concorrência seria o ideal para melhorar a qualidade, baratear custos e exercer o direito de cidadão.

Tal personagem era Reginaldo Medeiros, presidente da ABRACEEL – Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia – que tem interesses econômicos do grupo que representa e como muitos dos que aproximam do poder querem apenas sangrar a economia brasileira em detrimento do cidadão comum, vítima desses gananciosos, de alguns que são corruptores e sangram mais de R$ 120 bi – isso – cento e vinte bilhões de reais do erário – na prática de corrupção todos os anos, o que significa 3 que orçamentos anuais da Bahia com 14 milhões de habitantes são desviados todos os anos por empresários e políticos do Tesouro Nacional com malversação e compra de contratos, licitação e tudo o que vocês já sabem.

No Brasil, “liminar, alvará e licença ambiental” tem preço. A ex-corregedora do CNJ, Eliana Calmon, se referiu um dia aos “bandidos de toga”

Voltando ao representante das energéticas, disse ainda o cidadão, que imagina todos os brasileiros “são imbecis e idiotas”, que se espelhava no exemplo das telefônicas – são várias operadoras –, o que permite o consumidor escolher onde e como pagar.
Não se pode negar que houve avanço no setor de telefonia. Mas em que país não houve? Vocês sabem a que preço no Brasil? Temos uma das mais altas tarifas do Mundo, maior até que países pobres da África. Então, não foi a privatização que melhorou a já boa telefonia no País. A esse preço que pagamos desde a privatização, em qualquer lugar do mundo, mesmo com governos e empresários corruptos como os nossos, o sistema teria que ser bom. O sucesso foi à custa do incauto consumidor e cidadão brasileiro, que quer ter o que a renda não lhe permite e compra aparelhos celulares com valores superiores ao salário mínimo e paga uma das tarifas mais altas da terra.

Falava o “sábio cidadão” sobre uma pesquisa do IBOPE que dizia que 75% dos brasileiros temem faltar energia no País nos próximos anos e que gostaria de mudanças no sistema. Essa tal pesquisa ouviu 2 mil pessoas. Outra pesquisa, da ANEEL – agência que regula o setor – diz que 78% dos brasileiros consideram boa a qualidade da energia que recebe em casa. Essa ouviu 25 mil consumidores. Em quem acreditar?

Se a privatização fosse a solução, as telefônicas não liderariam disparado as reclamações nos Procons e sites de denúncias em todo o Brasil. Os supermercados – principalmente na Bahia – não seriam as pocilgas que são pagando baixos salários como o caso do Walmart, americano, que detém uma enorme insatisfação entre os empregados, diferente do que diz a direção da empresa. Ouça os trabalhadores no pé de ouvido. Por isso, serve (Walmart) também muito mal aos consumidores.

O que pode melhorar os serviços públicos e privados são leis duras e claras, ação fiscalizadora dos governos e do cidadão e punição aos infratores, seja quem for: negro ou branco; rico ou pobre; da periferia ou do centro do poder. Exemplo da Europa.
A fala do cidadão tem apenas um fim: ganhar mais dinheiro sobre o cidadão brasileiro.

Temos alguns tipos de aposentadoria no Brasil. INSS e Privada, por exemplo. Na privada, ao final do que pagamos, recebemos mais. Porém, a vida toda pagamos mais do que ao INSS. Isso é matemática.

Segunda 11 de Agosto de 2014