A família de Élder de Almeida Souza, de 24 anos, que foi assassinado dentro de uma cela na carceragem da delegacia de Santa Bárbara (a 151 km de Salvador) vai entrar com uma ação contra o Estado. A informação foi passada pelo advogado Guga Leal, representante da família, que garante que garante que houve falha na garantia de direitos do jovem.
Além de Élder, foi morto também Josevan de Jesus, de 32 anos. O crime ocorreu na noite de sábado, 11, mas só foi descoberto na manhã de domingo.
"Ele estava sob custódia do Estado, que deveria garantir todos os direitos ao preso, como alimentação e garantia da integridade física, o que não ocorreu", frisou o advogado.
Élder estava detido na delegacia desde fevereiro de 2015 por tráfico de drogas. O advogado destaca que a delegacia não tem condições de abrigar presos e que todos são transferidos para Feira de Santana ou para o presídio de Serrinha.
"Não sabemos por que ele e mais três presos estavam lá. Mas, se ficaram, é porque (a polícia) podia garantir a integridade. Como alguém invade a delegacia, que está sob a responsabilidade de um servidor público municipal, sem a devida competência de estar no local, e mata dois presos? Houve falha e isto está claro", afirmou.
O corpo de Élder, que deixa esposa e uma filha de 6 anos, foi enterrado na manhã de desta segunda-feira, 13, no Cemitério São Jorge, em Feira de Santana. O outro detento foi enterrado na cidade de Santa Bárbara.
O delegado Mozart Cavalcante, coordenador da 15ª Coorpin, em Serrinha, que está conduzindo as investigações, informou que realiza diligências no município desde domingo, 12, com o intuito de identificar e localizar os envolvidos no caso.
"O que sabemos até agora é que o alvo era o Élder. O outro preso morreu porque estava na mesma cela. Não sabemos o que motivou o crime, mas já estamos bem avançados nas investigações", ressaltou. A Tarde.