O SBT juntamente com a Rede Record e RedeTV! está criando uma empresa para negociar a venda de seus sinais para a TV por assinatura. O empreendimento torna Silvio Santos e Edir Macedo sócios, uma união, até então improvável.
Inicialmente, a companhia terá a missão de cobrar das operadoras pelo carregamento dos canais digitais das três redes rivais. Futuramente, a empresa poderá lançar canais exclusivos para a TV paga, virando uma programadora tal qual a Globosat, a Turner e a Discovery Communications.
A criação da empresa foi negociada durante um ano. As três emissoras já lavraram um acordo de cotistas, um documento que estabelece seus princípios e diretrizes. A efetiva criação da firma agora depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão do governo federal que aprova as fusões de grandes companhias.
Mesmo antes de sair do papel, a sociedade já gera controvérsia. No mês passado, Record, SBT e RedeTV! comunicaram ao Cade a criação da joint venture (empresa formada a partir de outras empresas). As três redes pediram ao Cade a aprovação do ato de concentração econômica em rito sumário, mais rápido, sem a análise aprofundada de seu impacto no mercado.
Mas a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) e a operadora Sky já apresentaram ao órgão contestações, pedindo que o processo siga em rito ordinário, e a joint venture agora poderá levar anos para ser aprovada. Um dos principais argumentos da ABTA e da Sky é o de que a associação das três redes de TV poderá acarretar no aumento dos preços das mensalidades de TV por assinatura.
Record, SBT e RedeTV! avaliam que, juntas, terão mais força para cobrar das operadoras de TV paga, como Sky, Net e Oi, pelos seus sinais digitais. Atualmente, elas cedem de graça seus canais. Acham isso injusto, porque são responsáveis por cerca de 20% da audiência no cabo e no DTH (TV paga via satélite). Além disso, as operadoras já pagam pelo sinal de alta definição da Globo.
Diferentemente do sinal analógico, o sinal digital não é obrigatório nas empresas de TV por assinatura e pode ser cobrado no cabo e no DTH. As redes abertas terão maior poder de barganha quando ocorrer o apagão analógico e só existirem sinais digitais. Como ocorreu nos Estados Unidos, Record, SBT e RedeTV! não descartam a possibilidade d e cortarem seus sinais das operadoras caso elas não aceitem pagar.
As três redes terão partes iguais na nova empresa, mas a remuneração será de acordo com o valor de cada uma delas negociado com as operadoras. A sociedade será formalmente entre as pessoas jurídicas (Record, SBT e TV Ômega). Aratu Online.