O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto,
defendeu hoje (13) a Operação Lava Jato e disse que a ação é
irreversível. “O Brasil a partir da Ação Penal 470 [o mensalão] deu um
tranco na cultura da impunidade de pessoas postadas nos andares de cima
da sociedade e a Lava Jato segue nessa direção”, disse ao receber o
Prêmio FGV de Direitos Humanos, na sede da Fundação Getulio Vargas
(FGV).
“Inflexão histórica de que a Ação Penal 470 [o mensalão] é
verdadeiramente representativa, sequenciada pela igualmente necessária e
emblematicamente irreversível Operação Lava Jato”, afirmou.
Ao ser
questionado sobre a indicação do então ministro da Justiça Alexandre de
Moraes para o cargo de ministro do Supremo, Ayres Britto elogiou a
atuação de Moraes, mas fez ressalvas. “Do ponto de vista pessoal, me dou
muito bem com ele, que tem livros publicados, é da área do Direito
Constitucional.
Porém, pela militância mais político partidária, de
ocupação de cargos não como teórico, mas como ocupante de cargos do
organograma estatal a partir de São Paulo, prefiro aguardar um pouco”,
disse o ministro aposentado do STF.
O Senado aprecia nesta semana a
indicação de Moraes. O magistrado ressaltou que, como manda a
Constituição, não pode faltar a um integrante do Supremo Tribunal
Federal reputação ilibada e notável saber jurídico.
“Além disso, coragem
para assumir a própria independência perante os outros poderes e
internamente para não se deixar manobrar, manipular por nenhum outro
ministro da Casa”, completou.
“Como o ministro Teori [Zavascki] fazia,
primando pela assertividade”. Moraes foi indicado para o lugar de Teori,
que morreu em janeiro em um acidente aéreo em Paraty (RJ).
Ayres Britto
foi relator de processos de grande repercussão como o reconhecimento da
união homoafetiva e a constitucionalidade da utilização de
células-tronco embrionárias em pesquisas científicas.
Ele voltou a
descartar a possibilidade de assumir cargo público sobre as informações
de que foi cogitado para assumir o Ministério da Justiça.
“Entendo que
está de bom tamanho minha trajetória pela vida pública oficial, formal.
Optei por servir a minha sociedade, ao Brasil por outro modo”. Política Livre.