STF decide manter prisão de Andrea Neves

Por três votos a dois, a jornalista, que está presa desde o dia 18 de maio, permanecerá sob custódia em regime de prisão preventiva - Foto: Alex de Jesus l O Tempo l Estadão Conteúdo

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou, nesta terça-feira, 13, o pedido de liberdade da jornalista Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que está presa desde 18 de maio pela mesma investigação que levou o tucano ao afastamento. Os irmãos são suspeitos de pedir propina a Joesley Batista, dono da JBS, para pagar despesas de campanhas e também gastos pessoais.

Por três votos a dois, foi decidido que Andrea vai permanecer presa. Foram favoráveis a manutenção da preventiva os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber. Alexandre de Moraes e o relator Marco Aurélio Mello defenderam a revogação da punição em sessão da primeira Turma do STF, realizada nesta terça.

No início da sessão, a subprocuradora-geral da República Claudia Sampaio declarou que soltar a jornalista seria "como dizer à sociedade que essa conduta não tem relevância e não merece prisão preventiva". A subprocuradora afirmou ainda que muita gente está presa por menos. "Aí vem uma senhora rica e pede R$ 2 milhões e ninguém faz nada?", questionou. Entre os crimes que seriam cometidos por Andrea, estão a venda de um imóvel da família de Aécio Neves, que foi comprado por valor superior à média de mercado.

Em contrapartida, o relator do caso, Marco Aurélio, foi a favor da defesa de Andréa, pois "tem prazer em soltar quando se trata de simples investigado e pela não culpabilidade". O relator afirmou que não seria pressionado pela opinião pública. "Nenhum de nós [ministros] distingue capa do processo [com o nome do réu]. Mas lembro que a sociedade chegou ao limite da indignação e às vezes ela quer vísceras, ela quer sangue, e, como juiz, não podemos proporcionar o que ela pretendeu", completou.

Além de ser suspeita de intermediar o pagamento da propina de R$ 2 milhões ao irmão, a jornalista também é acusada de pedir R$ 40 milhões “que seriam para comprar um apartamento da mãe”, no Rio, valor que seria o dobro em relação à avaliação do imóvel no bairro da Gávea, na zona sul. As investigações foram baseadas na delação premiada de Joesley Batista. Ainda de acordo com o delator, Aécio pediu para ele "esquecer o pedido milionário da irmã", pois todos os contatos seriam feitos com ele próprio.

No mesmo dia em que a jornalista foi levada para custódia, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros também foi preso, e o assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), Mendherson de Souza Lima, foi demitido do cargo. A Tarde.

Terça, 13 de Junho de 2017