Janot ameaça cancelar o acordo de delação da J&F

Janot não revelou nome de ministro do STF citado - Foto: André Dusek l Estadão Conteúdo
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou, nesta segunda-feira, 4, a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação premiada de três dos delatores do grupo J&F - Joesley Batista e os ex-executivos de seu grupo Ricardo Saud e Francisco de Assis Silva. 

A decisão foi tomada com base no áudio de uma conversa entre Joesley e Saud, entregue à Procuradoria Geral da República, no dia 31 de agosto.
Janot afirmou em entrevista que a conversa entre os delatores revelou indícios de "crimes gravíssimos" envolvendo Marcelo Miller, ex-procurador que foi auxiliar Janot e atuou no grupo de trabalho da Lava Jato em Brasília de maio de 2015 a julho de 2016.
O resultado da investigação, disse Janot, "pode ser rescisão do acordo com perda total da premiação". 
Ainda que o acordo seja desfeito, não deve afetar eventuais novas denúncias, pois, segundo o procurador-geral da República, o Estado pode aproveitar as provas já apresentadas por Joesley Batista e demais executivos, que continuam a ser válidas.
"Além disso, há trechos no áudio que indicam a omissão dolosa de crimes praticados pelos colaboradores, terceiros e outras autoridades, envolvendo inclusive o Supremo Tribunal Federal (STF)", diz o pedido entregue por Janot ao STF. A Tarde.

Terça, 05 de Setembro de 2017