Policiais federais deflagraram a Operação Opinião na manhã desta
quarta-feira, 13, em Salvador. O alvo da ação é o deputado Marcelo Nilo,
ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Eles cumprem mandados no prédio Villaggio Panamby, no Horto
Florestal, onde mora o parlamentar. Seis agentes federais também fazem
buscas no gabinete de Nilo na AL-BA, que fica no terceiro andar do
edifício Wilson Lins.
Os policiais chegaram no Centro Administrativo da Bahia (CAB) em dois
veículos sem plotagem: um Pajero de placa OZB-8339 e um Sentra, carro
oficial, de placa JFC-5448.
Policiais fazem buscas no gabinete de Marcelo Nilo na AL-BA (Foto: Xando Pereira | Ag. A TARDE)
Nenhum deputado compareceu na Assembleia nesta manhã, de acordo com
assessores políticos. Já os servidores trabalham normalmente, com
exceção dos funcionários do gabinete de Nilo, que foram proibidos de
entrar na sala.
Um policial federal está na porta do escritório, impedindo a entrada no local. Os demais agentes fazem buscas no gabinete.
Um policial militar e um cidadão, que estava na Assembleia no momento
da chegada dos federais, foram convidados a testemunhar a ação.
Babesp
A ação investiga crime de falsidade eleitoral envolvendo a empresa
Bahia Pesquisa e Estatística LTDA (Babesp), conhecida como "DataNilo",
que é apontada como de propriedade de Nilo.
A operação, que é realizada
com o Ministério Público Eleitoral (MPE), apura se o político prestou
informação falsa à Justiça Eleitoral afirmando que não seria dono da
Babesp.
De acordo com as investigações, há indícios de que o deputado é o
controlador da empresa, que seria utilizada para contabilizar recursos
usados de forma ilegal em campanhas políticas por meio de "caixa 2".
A
PF e MPE também suspeitam de manipulação no resultado de pesquisas
eleitorais divulgadas pela empresa.
Policiais estão também na sede da empresa Leiaute Comunicação (Foto: Nicolas Melo | Ag. A TARDE)
Além de Nilo, são alvos da ação o genro do deputado, Marcelo Dantas
Veiga, e o sócio da Babesp, Roberto Pereira Matos.
Policiais também
estão na sede da empresa Leiaute Comunicação e em um prédio na avenida
Cardeal da Silva, no bairro da Federação, onde mora uma pessoa ligada a
Nilo, e na Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), no Centro
Administrativo da Bahia (CAB).
No total, são cumpridos sete mandados de busca e apreensão expedidos
pelo Tribunal Região Eleitoral da Bahia (TRE-BA), com base em
representação da Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia (PRE-BA).
A reportagem tentou contato com o deputado Marcelo Nilo, mas ele não
atende o seu telefone celular. A assessoria da Sefaz também foi
procurada e ficou de se posicionar sobre a operação, o que ainda não
ocorreu. A Tarde.