Com 31 assinaturas, quatro a mais que o mínimo de 27 necessárias, senadores da oposição protocolaram na Secretaria-Geral da Mesa do Senado, o requerimento de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar na Casa um suposto esquema de tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC). Outras duas CPIs estão na Presidência do Senado, mas não interessa aos novos signatários: A CPI do Narcotráfico no Nordeste e das Obras paradas de 2006 a 2018 no próprio MEC.
A pressão para a instalação de uma CPI aumentou nos últimos dias diante de suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações contra o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro que, na semana passada, foi preso durante a Operação Acesso Pago, da Polícia Federal (PF), para sair do papel, a comissão depende do sinal verde do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que precisa ler o pedido no plenário da Casa.
Pelas redes sociais, no último domingo, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que não tratou com o presidente sobre as operações da PF em viagem aos Estados Unidos. “Diante de tanta especulação sobre minha viagem com o presidente Bolsonaro para os EUA, asseguro categoricamente que, em momento algum, tratamos de operações da PF. Absolutamente nada disso foi pauta de qualquer conversa nossa, na referida viagem“.
Segundo o autor do requerimento, Randolfe Randrigues (Rede – AP), há um desejo no Senado de que esse “esquema escandaloso” que se instalou no MEC tenha uma séria investigação. “Desde a semana passada, é de conhecimento de todos, em áudio do próprio senhor Milton Ribeiro, de que o presidente da República interveio de forma clara para impedir que a investigação avançasse, em um claro crime, conforme o Código Penal, de obstrução às investigações e de uso de informações privilegiadas”, justificou.
A Agência Brasil entrou em contato com o MEC e aguarda posicionamento sobre o assunto.