Foi concluída nesta semana a investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre uma ação policial que vitimou 12 pessoas no dia 6 de fevereiro, em um terreno baldio localizado na Travessa Florestal, Vila Moisés, no bairro do Cabula, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, o inquérito será apresentado quando o mesmo for entregue à justiça.
Ainda segundo a polícia, o resultado da investigação não foi apresentado, pois o delegado-geral da Bahia, Bernardino Filho, pediu vistas da apuração. Isso quer dizer que ele vai analisar detalhadamente o inquérito. Não foi confirmada a data para a entrega, mas a Polícia Civil estima que isto deva acontecer ainda nesta semana.
No último dia 10 de junho, o juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, recebeu o pedido de prisão preventiva para os nove policiais militares, o que ainda não aconteceu. Segundo a assessoria da corporação, os agentes estão realizando trabalhos administrativos até a decisão judicial.
O casoDoze pessoas morreram na madrugada do dia 6 de fevereiro, por volta das 2h, durante uma suposta troca de tiros entre bandidos e policiais militares, no bairro do Cabula. Na ocasião, o Departamento de Comunicação Social da PM-BA informou que a ação aconteceu quando três guarnições da Rondesp Central e duas da 23ª CIPM (Tancredo Neves) estavam averiguando a situação de um veículo suspeito, próximo a uma agência bancária.
Ainda de acordo com a PM, o tiroteio começou após os policiais perceberem a presença de cerca de 30 homens armados, alguns com uniformes semelhantes aos do Exército e carregando mochilas, em uma baixada do entorno do local, conhecida como Vila Moisés. A PM disse, também, que quando os militares abordaram o grupo, foram recebidos a tiros. Teria havido revide, resultando nas mortes. Os parentes e vizinhos das vítimas, entretanto, alegam que houve uma execução, versão que foi confirmada pelos promotores do MP-BA que participaram da investigação do caso.
ReconstituiçãoA reconstituição da ação aconteceu no fim da noite do dia 27 de maio. O Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) acompanhou o trabalho do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Nove policiais foram denunciados e acusados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) por execução. O diretor do DHPP, delegado José Alves Bezerra, informou que 70 policiais atuaram na reconstituição.
Seis peritos do DPT foram responsáveis por produzir no local as mesmas condições relatadas nos depoimentos. Na oportunidade, participam da ação integrantes da Companhia de Controle de Tumulto e Distúrbio Civil (CTDC) do Batalhão de Polícia de Choque, do Esquadrão de Motociclistas Águia e da 23ª Companhia Independente da PM (Tancredo Neves). Aratu Online.