Sob críticas de senadores pelos rumos tomados pela Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi aprovado nesta quarta, 26, pelo Senado para mais um mandato de dois anos. Em votação secreta do plenário, 59 senadores votaram a favor da recondução de Janot, 12 foram contrários e houve uma abstenção. Mais cedo, ele havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa por 26 votos a favor e um contra.
Durante a sabatina, O chefe do Ministério Público Federal negou com veemência ter feito um "acordão" com o governo para, em troca de ser reconduzido, livrar a presidente Dilma Rousseff das apurações da operação e destacou que as investigações vão "até onde as pessoas foram".
Conforme o Broadcast Político revelou, um acordo fechado entre o governo e a cúpula do PMDB da Casa - maior bancada e cujo presidente Renan Calheiros (AL) e outros três senadores são investigados na Lava Jato - permitiu Janot passar no plenário.
O chefe do MP, que disse jamais viu algo parecido com o "megaesquema" de corrupção na Petrobras nos seus 31 anos de carreira, rebateu as insinuações de que tem blindado o governo para permanecer no cargo. Ele disse que nas investigações da Lava Jato trabalha com uma equipe de 20 procuradores e ainda um grupo de delegados da Polícia Federal. "Se eu tivesse condição de fazer um acordão desses, eu teria de combinar com os russos antes. Vamos convir que isso é uma ilação impossível!", disse.
Diante de senadores que investiga - 13 deles são alvos da operação -, Janot afirmou que atua de forma equilibrada e isenta. "As pessoas me perguntam: 'Até onde a investigação vai?' Eu disse: 'Você tem que perguntar a essas pessoas até onde elas foram'. Até onde elas foram, nós iremos. A gente não criou esses fatos. E nós não temos nenhum preconceito e nenhuma preordenada de investigar um e deixar de investigar outro" destacou. A Tarde.