A ida do ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT) para a presidência da Fundação Luis Eduardo Magalhães (Flem) foi uma maneira discreta de colocá-lo na articulação política do Palácio de Ondina sem criar arestas internas para o governo Rui Costa. Nos últimos meses, cresceram as insatisfações entre integrantes da base aliada ao PT na Assembleia Legislativa e lideranças do interior do estado.
Em grande medida, atribui-se os problemas à atuação do secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes. Reservadamente, integrantes da cúpula petista não escondem críticas a Gomes – a quem consideram mais interessado em jogar para si do que para o governo.
O próprio Wagner, por diversas vezes, já manifestou a interlocutores próximos irritação com o articulador de Rui. Nessas ocasiões, costuma lembrar que o atual governador, quando ocupou o mesmo cargo na sua gestão, se dedicava com exclusivamente às estratégias para beneficiar o conjunto da obra.Em contrapartida, Jaques Wagner assume a nova função sob os holofotes da Operação Greenfield, considerada como uma segunda Lava Jato.
Enquanto trabalha para eliminar arestas na base do governo, o petista terá que lidar também com as suspeitas que o ligam ao esquema de desvios em fundos de pensão da estatal. Wagner entrou na rota da Greenfield a partir do vazamento, pela revista Istoé, de conversas entre altos executivos e dirigentes do Funcef, fundo dos funcionários da Caixa. Política Livre.