Wesley Batista é preso e STF transforma prisões de Joesley e Saud em preventivas

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira(13) um dos donos da J&F e diretor presidente da JBS, Wesley Batista, em São Paulo. A ordem de prisão foi expedida pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. 

Ele foi preso na investigação do uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro entre abril e 17 maio de 2017, data de divulgação de informações relacionadas a acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria Geral da República no período da divulgação da delação premiada dos executivos do grupo. 

Já os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, também diretores da J&F, presos domingo, tiveram as prisões revertidas de temporárias para provisórias, ou seja, ficam à disposição da justiça por tempo indeterminado.

Os investigados poderão ser responsabilizados pelo crime de “utilizar informação relevante ainda não divulgada ao mercado, de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo, capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiro, com valores mobiliários:com penas de 1 a 5 anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem ilícita obtida”.

A prisão de Wesley na manhã de hoje faz parte da 2ª fase da operação Tendão de Aquiles em que também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. A 1ª fase foi deflagrada em 9 de junho quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva.

Segundo a Polícia Federal, a investigação apura dois eventos. “O primeiro é a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS, manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha”.

O segundo evento investigado é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17. Agora na Bahia.

Quarta, 13 de Setembro de 2017